Ano Novo Vida Nova, é uma expressão que ouvimos com frequência. Mas o que é que ela significa na realidade? Porque é que com a passagem de um ano as pessoas fazem balanços e tomam tantas decisões... e porque é que a maioria não se realiza?

Esta última questão, achamos, é que é a grande questão.

O ser humano tem uma necessidade grande de organização e de análise. Por isso a aproximação de uma data de fim-de-ano gera a vontade de fechar ciclos e fazer uma relação do bom e mau que passou. O ser humano tem também uma grande necessidade de sentir esperança e por essa razão com a aproximação de um novo ano faz listas de resoluções. O que sucede é que as avaliações são superficiais e as resoluções não passam de desejos. É aqui que reside o problema.

O balanço deve contemplar uma grande gratidão por tudo o que nos aconteceu, o bom e o mau, e a maioria das pessoas não consegue fazer este exercício. O balanço deve contemplar o facto de que fomos totalmente responsáveis por tudo o que nos aconteceu, o bom e o mau. E mais uma vez a maioria das pessoas não consegue fazer este exercício. O balanço deve contemplar todos os quadrantes da nossa existência, da área profissional à pessoal, passando pelas relações, pelo dinheiro, pelos hobbies, pelo nosso papel na comunidade e pela nossa saúde. A maioria das pessoas concentra-se nas questões profissionais e no dinheiro e esquece-se de tudo o resto.

Já na área das resoluções, o problema mantém-se. Na verdade a maioria das listas de resoluções que fazemos têm a ver com ter mais dinheiro ou mais coisas (lista de desejos) e não se foca no essencial que é ser mais abundante e ser mais realizado. As resoluções devem centrar-se não em desejos que queremos que se realizem, mas na pessoa que nos queremos tornar e isso significa ter trabalho. Trabalho de autoconhecimento, sair da zona de conforto, olhar de frente os sentimentos, aprender a estar sempre grato, apostar nas relações benéficas e positivas, aprender todos os dias, fazer o bem. Se as nossas resoluções se concentrassem apenas nestas hipóteses, todos os outros desejos realizavam-se naturalmente.

Então, este ano faça algo por si, e pelos outros. Medite; Levante-se da frente da televisão e vá fazer uma caminhada; Invista sim, num retiro, numa viagem ou num curso; Alimente-se a si e aos seus de forma saudável; Afaste-se das pessoas que lhe fazem mal e acarinhe quem precisa; Esteja grato; Seja gentil com todos e aprenda uma coisa nova todos os dias. Tudo o resto vem por arrasto